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Arquitetos: Jeferson Branco Arquitetura
- Área: 98 m²
- Ano: 2023
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Fotografias:Everson Martins
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Fabricantes: Adobe, AutoDesk, Chaos Group, Deca, DiMarmo, Espaço Aristeu Pires, Glass 11, Granistone, Quorum Bell'Art, Samba Madeira e Design, Tapeçaria Italiana, Tintas Coral, Topfix, Trimble, Zeea
Descrição enviada pela equipe de projeto. Apostando mais uma vez na ousadia de um espaço manifesto, Jeferson Branco chega à sua terceira CASACOR aos 29 anos. A composição do ambiente do bar de convivência da mostra assinado por ele abriga jardim suspenso, peças orgânicas e questionamento sobre de onde viemos e para onde vamos.
Nada é quadrado no espaço que o arquiteto Jeferson Branco assina para a CASACOR Balneário Camboriú (SC) 2023. Nem na forma, nem na personalidade. O [t3chno.DELTA], projeto do bar do espaço de convívio da mostra que acontece no litoral catarinense e traz como tema Corpo e Morada, é um lugar para ser contemplado e questionado, já que na arquitetura de Jeferson perguntar faz parte da decoração. O ambiente manifesto inspirado num pântano traz verde, literalmente, do chão ao teto, abrigando as formas mais primitivas da natureza, o que é orgânico. E tudo isso, para alertar sobre o uso excessivo de tecnologia levando à tona se estamos mais na nuvem que conectados às raízes.
Neste projeto Jeferson traz a ascensão da inteligência artificial como inspiração para o tema central do espaço que pergunta: Para onde vamos? Segundo o arquiteto, “o projeto é uma lembrança de que o pântano também é um lugar de inovação e descoberta, e traz blend bem-humorado entre a biofilia e o high-tech, a dualidade entre ancestralidade e futurismo, levantando questionamentos sobre de onde viemos e para onde vamos”. E para tanto, os quase 100m² que ele transformou num vasto delta arquitetônico tem madeira, pedra, ferro e peças singulares que compõem o ambiente, no mínimo, provocativo.
Entre os elementos que compõem o projeto [t3chno.DELTA] estão um sistema de automação de cabeamento desenvolvido por alunos da PUC do Rio Grande do Sul, luminária italiana desenhada em 1964 por Bruno Munari, banquetas contemporâneas de Leonardo Zanatta, designer Forbes Under 30, um sofá de Victor Vasconcelos, mesas de apoio Pangea em madeira roxinha assinadas pelo próprio Jeferson, que também assina o tapete da coleção Protozoa. Tudo isso, enquanto o uso de Speranza, um quartzo exótico extraído no Brasil remete ao natural, e o aço escovado aplicado em algumas áreas do projeto traz a relação com o futurismo e a tecnologia. E com esta composição visual meio Jetsons e meio Flintstones, fica claro que o pântano é um cenário fértil onde a vida nasce, evolui e adapta-se. Não necessariamente nesta ordem.
Seguindo o passeio pelos detalhes do [t3chno.DELTA], a curadoria das peças sempre faz o contraponto de designers já consagrados e da vanguarda no Brasil, enfatizando sempre essa dualidade entre passado e futuro. Nas paredes as imagens botânicas de Walmor Corrêa dividem espaço com espelho orgânico de Rodrigo Ohtake enquanto do teto caem plantas naturais do paisagismo de Laura Rotter. Segundo a sócia e irmã de Jeferson Branco, Letícia Branco, “o ambiente deve promover um momento de reflexão para quem visitar a CASACOR e esperamos que, mais que apenas apreciar, o visitante busque entender a mensagem que tentamos passar alinhando formas, conceitos, materiais e profissionais do passado, presente e futuro”.